quinta-feira, 6 de setembro de 2012


Eu fiz uma viagem. 
Um sonho que durou o tempo de um texto pequeno.

Me senti como o astronauta de “2001, uma odisseia no espaço”. Ele com sua viagem cosmonáutica e eu com minha viagem imagética. Se a vida é uma jornada e a criatividade sempre foi chave para a sobrevivência e para a evolução, nós somos heróis no que diz respeito a viver.
Já passei pela fase inicial da inocência, da ludibriação. É claro, misturamos um pouco nossos próprios processos, moldamos a nossa consciência e vivemos outras fases da jornada ao mesmo tempo. Não é incomum criar expectativas. Sentir-se um pouco órfão, às vezes. Quem não é assim? Mas você aprende a usar ferramentas e enxerga outras alternativas. Usar da (a) sua criatividade.
Seguramente não me vi saindo do planeta ou avistei qualquer nave espacial na minha vida. Não tive esse prazer. Ainda. A impressão que eu tenho dessa viajem que faço é de estar observando, colhendo informações, organizando meu “aparato” intelectual, de memória e também de vontade. Passei por algumas experiências reveladoras na minha vida, outras nem tanto. As reveladoras são aquelas que me proporcionaram aprendizado, crescimento interno, amadurecimento. Em geral foram benéficas, suaves. As outras foram doloridas, pesadas. Bom, talvez eu não saiba agora, mas o que eu vivi de “nem tão significante assim” pode ser, no futuro, a reviravolta no roteiro. Sempre quis pilotar uma máquina espacial. De repente aquelas aulas de matemática e física servirão para alguma coisa.
As experiências que melhor internalizei, as que mais gostei, que mais me fizeram sentir vivo foram as que pude desfrutar do uso da criatividade. Foram as imagens, as fotografias, o cinema. Saí de um mundo basicamente burocrático, de papéis e carimbos, para um mundo de incontáveis possibilidades, coisas que eu ainda não conheço. A minha exploração é pelo desconhecido das possibilidades. Imagéticas, em geral. Sonhadoras.
Não dá para voltar. O astronauta do filme também não podia. Ele teve que seguir em frente, utilizando de (a) sua criatividade em prol de sua sobrevivência e evolução. Aprendeu a utilizar as ferramentas, descobriu coisas que estavam além do alcance de suas percepções, teve que arriscar e confiar em suas decisões. Um verdadeiro explorador. Ele teve a sorte de se ver saindo do planeta e avistar naves espaciais. Quem sabe se sobrevivendo e evoluindo durante minha jornada eu não acabo um louco-bobo como ele - no final da jornada - pra saber o que vem depois? Talvez eu não saiba ainda como pilotar uma máquina espacial, mas sinto que se eu tiver um manual de instruções e paciência para entender os códigos, tenho certeza que vou até júpiter. Tudo bem, tudo bem...Como não me cabem superpoderes intelectuais e minha habilidade principal é viver, não garanto, no atual estágio da minha jornada evolutiva, ir até Júpiter. Talvez sair do planeta.