sábado, 15 de dezembro de 2012

Eu fico meio agoniado procurando umas respostas malucas na minha cabeça. Depois eu percebo que nem formular as perguntas eu consigo.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Num outro dia

É como no outro dia.
Perto.
Sem remanescência.

Eu não me lembro mais.
Porque eu sou assim.
É pra acreditar.

Mas não é assim,
sem lembrança.
É só o tempo
pouco tempo
muito tempo
Porcaria de tempo!

E agora essa angústia, do tempo que chega.
Ele pára. 
Talvez eu vá lembrar
num outro dia.


quinta-feira, 6 de setembro de 2012


Eu fiz uma viagem. 
Um sonho que durou o tempo de um texto pequeno.

Me senti como o astronauta de “2001, uma odisseia no espaço”. Ele com sua viagem cosmonáutica e eu com minha viagem imagética. Se a vida é uma jornada e a criatividade sempre foi chave para a sobrevivência e para a evolução, nós somos heróis no que diz respeito a viver.
Já passei pela fase inicial da inocência, da ludibriação. É claro, misturamos um pouco nossos próprios processos, moldamos a nossa consciência e vivemos outras fases da jornada ao mesmo tempo. Não é incomum criar expectativas. Sentir-se um pouco órfão, às vezes. Quem não é assim? Mas você aprende a usar ferramentas e enxerga outras alternativas. Usar da (a) sua criatividade.
Seguramente não me vi saindo do planeta ou avistei qualquer nave espacial na minha vida. Não tive esse prazer. Ainda. A impressão que eu tenho dessa viajem que faço é de estar observando, colhendo informações, organizando meu “aparato” intelectual, de memória e também de vontade. Passei por algumas experiências reveladoras na minha vida, outras nem tanto. As reveladoras são aquelas que me proporcionaram aprendizado, crescimento interno, amadurecimento. Em geral foram benéficas, suaves. As outras foram doloridas, pesadas. Bom, talvez eu não saiba agora, mas o que eu vivi de “nem tão significante assim” pode ser, no futuro, a reviravolta no roteiro. Sempre quis pilotar uma máquina espacial. De repente aquelas aulas de matemática e física servirão para alguma coisa.
As experiências que melhor internalizei, as que mais gostei, que mais me fizeram sentir vivo foram as que pude desfrutar do uso da criatividade. Foram as imagens, as fotografias, o cinema. Saí de um mundo basicamente burocrático, de papéis e carimbos, para um mundo de incontáveis possibilidades, coisas que eu ainda não conheço. A minha exploração é pelo desconhecido das possibilidades. Imagéticas, em geral. Sonhadoras.
Não dá para voltar. O astronauta do filme também não podia. Ele teve que seguir em frente, utilizando de (a) sua criatividade em prol de sua sobrevivência e evolução. Aprendeu a utilizar as ferramentas, descobriu coisas que estavam além do alcance de suas percepções, teve que arriscar e confiar em suas decisões. Um verdadeiro explorador. Ele teve a sorte de se ver saindo do planeta e avistar naves espaciais. Quem sabe se sobrevivendo e evoluindo durante minha jornada eu não acabo um louco-bobo como ele - no final da jornada - pra saber o que vem depois? Talvez eu não saiba ainda como pilotar uma máquina espacial, mas sinto que se eu tiver um manual de instruções e paciência para entender os códigos, tenho certeza que vou até júpiter. Tudo bem, tudo bem...Como não me cabem superpoderes intelectuais e minha habilidade principal é viver, não garanto, no atual estágio da minha jornada evolutiva, ir até Júpiter. Talvez sair do planeta.

sábado, 7 de julho de 2012

via dupla


depois (re)começar...
E
...
vezes sem conta
saborear de te provar,
com saudades,
Sim

o teu derrete também...
sente,
o meu corpo aquece.
Intenso.

tão bem..

mais do que pensas
imensas
com saudades
continuo
Sim

....

Adaptado do texto 
"Sim continuo com saudades, imensas mais do que tu pensas e o teu corpo sabe tão bem... 
Desejo-te tão intensamente que o meu corpo aquece e sente que o teu derrete também...
Sim continuo com saudades, de te saborear de te provar vezes sem conta... E depois (re)começar..."
encontrado em algum blog por aí.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Filme de Terror ou Fantasma Velho

ladrilho pra lá
ladrilho pra cá
é quadrado
tudo quadrado
meio sem vida

E lá estava a velha
como uma assombração.
No fundo do corredor,
descabelada.

Tudo escuro
Ela balançando aquele molho de chaves

Velha.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Eu não tenho pensado muita coisa.

Penso no sorriso.

No cheiro.

Os olhos.

Nosso gosto.

Sua pele,
tocando a minha.

Os sons.

Sorriso.

Os cabelos,
desenhando a face.


A primeira vez que eu te vi chovia tanto. E você ali, do lado daquele japonês, linda! Uma foto com algumas uvas na mão. Era uma tradição. Tinha que comer todas elas a cada segundo que passava. Era uma tradição, eu não entendia, mas achava lindo aquilo. Já tinha me entregado. Foi impressionante! A entrega ao conhecimento, à descoberta. A vontade que tinha de compartilhar as pequenas coisas em tão pouco tempo que restava. Eu ainda não entendia aquilo. Só depois.

Mas como eu sou assim, muito eu, não tive a coragem de me aproximar. Aproximar sim, mas de te falar, não. Eu era só um fragmento ainda, era só uma peça solta do mozaico, destruído pelas mãos atrozes de uma garota má, com quem tive a (in)felicidade - ainda hoje não sei - de compartilhar das minhas pequenas coisas. E terminou mal. Eu era só eu. Não podia mais pensar em compartilhamentos. Mas aí você chegou, subindo aquelas escadas, com todos aqueles amigos e toda aquela graça. Quando eu te vi...

Eu só te olhava. De canto. E de longe. Ainda arrisquei algumas palavras, alguns superlativos. Mas não tinha a coragem de pensar muito mais. Mas vá lá pensar em coragem com o peito nas condições em que o meu se encontrava! As batidas dissonantes, descompassadas. E pra entender aquilo?! Não foi simples.

Da segunda vez que te vi, não esperava. Alguém ia embora, talvez pra sempre. México, eu acho. Cruzei meu olhar com o seu em um pequenino corredor. Atei-o ao meu. Foi quase sem querer. Conversamos um pouco. Mais um pouco. Um pouco mais. Fomos tomar um ar, porque dessa vez fazia calor - ou era eu que sentia aquele calor? E conversamos mais. Universalizamos as vontades, as etnias, a cultura, o indizível. Muitos superlativos...Interminável! Parecia não haver mais ninguém por ali. O lugar estava escuro, eu só via o seu brilho. Os olhos de acento circunflexo. Um abençoado fez tocar na vitrola francesa uma valsa cigana. Não, foi um forró. Quando percebi, já dançávamos. Foi o início. Iniciou-se antes mesmo do primeiro beijo.

Quando veio...explodiu!


Desde então,

eu não tenho pensado em muita coisa.

Penso no sorriso.

No cheiro.

Os olhos.

Nosso gosto.

Sua pele,
tocando a minha.

Os sons.

Sorriso.

E nos cabelos,
desenhando a face.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Afogar-se de Segundos e Pelo Corpo e Pela Hora

É como se dormente.

Variações internas,
instantâneas no agora
das minhas horas.

É muito sangue

Correndo logo
pelo meu sol - o meu corpo.

Submerso.

Não, imerso.

Sim, acontece!


***


Quantas foram
as ondas que já dobraram
as águas dessa praia
nestas últimas luas?

Uma bengala,
um chapéu,
uma voz que já não há,
um pouco de saudade
[e de saúde
e um pistão de motor enferrujado pelo tempo.

Relojoeiro,
meu amigo,
faça o que que tiver de fazer.
Mas ponha de volta
este velho ponteiro
no seu devido lugar!

sexta-feira, 16 de março de 2012

É que bate um coração
desafinado,
angustiado

pelo sol e pela luta

pelo tempo e pela cura

que não vem.

Quando vem, passa.
Desapercebo a morte bruta
em seu tempo pela luta,
pelo sol e pela cura.