sexta-feira, 27 de março de 2009

Hoje o dia foi tomado pelo espírito Maldito, o qual precedeu a sessão do Cineclube Central desta semana, perdurando durante e depois.
Acordei assustado, tive um sonho ruim. Demônios que achei que já tinham descaregado do meu corpo (ou espírito, não sei como é que essa - ou aquela - galera vê isso...) ameaçavam voltar. Amigos meus se perdiam em labirintos sem fim, meninas com sorrisos bonitos me esfaqueavam, e pelas costas...tudo muito perturbador.
Agora, o tom da maldição do dia foi quando eu cheguei em frente a um cartório eleitoral pra resolver meus problemas de cidadão que não cumpre seu dever. Assim que saí do carro e olhei pra frente, flagrei, mas flagrei(!) um motociclista voando por cima da porta de um carro que estava estacionando e abrindo a porta naquele exato momento. Com o impacto da batida, o pobre moço voou uns cinco metros e aterrisou de peito no asfalto. Quando olhei com atenção, após passada a sensação atônita do espetacular acontecimento, vi que o calcanhar do rapaz se encontrava na altura de sua nuca. Na hora fiquei gelado e comecei a tremer. Enquanto uns corriam daqui e outros corriam dali, corri também pra ajudar com o trânsito do local.
Depois disso, sem que passasse muito tempo, olhei pra trás e vi que o coitado sangrava feito porco abatido, e reparei também que ninguém tinha coragem de fazer nada (coragem mesmo, porque a cena era forte). Foi depois que vi que o sangue saía de uma "boceta" (me desculpem as meninas, mas é isso mesmo!) aberta no joelho do cara!
Corri pra cima dele e imediatamente tirei meu cinto, enrolando-o na parte anterior ao ferimento, na tentativa de fazer o sangue parar de jorrar.
O cara olhava pra mim, como se procurasse algo - talvez minha mão para segurar - e começava a ficar azul. Ou roxo. Nessa hora ele pára de respirar. E aquele povo olhando pro cara todo fudido no chão e também pra mim, que não sabia o que fazer. Daí eu começo a fazer a respiração boca a boca e a tal massagem toráxica. O cara volta a si, expelindo exatamente todos os pensamentos que pairavam sobre a minha cabeça naquele dia, palavra por palavra, organizando o nexo como nem eu mesmo estava conseguindo.
Logo em seguida, 'somente' vinte e poucos minutos após o "SAMU 192" chegou e os médicos fizeram o que sabem fazer.
Aí enfiaram o cara desacordado na ambulância, com uma cor meio azul-verde-amarelo, e saíram em desparada. E eu fiquei lá, sentado no meio fio chorando e querendo minha mãe, ou alguém que pudesse me dar um colo, totalmente desamparado, sem saber o paradeiro do rapaz, sem saber como descobrir se ele ficou bem e sem querer saber de mais nada nesse dia.
O resto do dia foi só resto.
Lembrando dos detalhes, penso que sonharei novamente malditamente...

Um comentário:

lucyinthesky disse...

queria ter te dado o colo...
que situação sinistra!!!